sábado, 26 de março de 2016

Do e-mail reencontrado.

Encontrei esse e-mail, por acaso, neste sábado nublado das águas de março. Uma mensagem enviada a uma amiga. Das levezas...que perdi.

Boto fé em você, linda.

Nossos caminhos encontraram-se nesta vida! Super torço por você. Há muitos encantos em tua alma. Desejo muito que tenhas coragem nos caminhos tortuosos desta vida. A cada curva, cada desvio ou atalho a coragem incendei teu coração como a chama do amor, bondade e esperança. Nada nesta vida é previsível. Os passos, como disse Mario Quintana, são os que fazem o caminho. Agora chegou o momento de construir o teu - nem que seja de sangue, lágrimas, ou sorrisos das crianças de rua. Nunca se esqueça que há vida e amor em tudo ao teu redor. Há sol, brisas, pássaros, buzinas, risos. Há - em tudo - Deus! Desejo-lhe fé! Fé em teus passos; fé em Deus. Chegou o tempo de mudanças - daquelas em que Teixeira chama de atravessia: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." 

Mudanças ou ciclos. Estou em um destes. Impregnado por medos, receios, furacões. Será o Turning Tables de Adele? Reviravoltas? Também preciso da tal coragem. Daquelas em que chamamos de obstinação. Algumas atreladas às metas que sempre nos mantêm vivos. Muitos acham que é o tal carro do ano; ou alcançarão a felicidade quando passarem um concurso público. A felicidade encontra-se hoje, agora, aqui, ali. Encontra-se em cafés; em abraços quentes em meio ao frio do cerrado. Falei demais, pois vontade veio de não sei onde. Lembrei de poeminha salvo-conduto na época da Academia de Letras. Sempre o usava para justificar a escrita densa. Encanto de Mário de Andrade: "Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi". 

Por fim, deixo as alucinações de Marla de Queiroz para você. Densidade feminina, extremista, não sei. Para mim soam como jazz, ou a poesia sonora de Ella Fitzgerald: "É isso. Pule no tal abismo quando seu coração bater tão forte que só te restará pular. Vc só vai saber se fez a coisa certa, fazendo-a. Só se pode falar do que se conhece e não há como conhecer pela superfície, é preciso tocar verdadeiramente nas coisas e então, se deixar ser tocado por elas. O importante é lembrar que a escolha é sempre nossa e que no momento em que tudo nos foge ao controle é porque chegamos na parte mais importante do aprendizado. Que o medo não tenha tanto poder sobre nós... E que não fiquemos condicionados por experiências anteriores - há sempre uma oportunidade de surpresa, mas teremos que estar abertos a isso. Nada é tão definitivo". Esta fala de Marla foi a mola propulsora à minha vinda a Brasília. 

Assista ao filme de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Parece com você! 

Abraços...

Fabrício Lima.
Riacho.

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